Quantas ruas em Marechal Floriano se parecem com a Laura Littig Kuster?

Ninguém imagina, assim de cara, que a pergunta do título desses escritos tivesse a intenção de comparar os problemas, mas sim, algo de bom, de beleza que destacasse a Rua Laura Littig Kuster entre as várias do centro da cidade de Marechal Floriano. 

Os moradores guardam lembranças da criançada brincando na rua e depois saboreando as deliciosas guloseimas preparadas pela finada dona Ana. Memórias alegres e divertidas das festas juninas dos pais do pré-candidato a prefeito Reginaldo Penha, Sr. Chico Penha e Dona Ilda (já falecidos) com pau de sebo, fogueiras e quadrilhas. 

Além dos causos e das boas gargalhadas, o Grupo Pensar Marechal também sentiu o declínio do lugar com o descaso, o abandono relatados pelos moradores que estiveram na casa de Tânia Botelho, para uma conversa com os pré-candidatos a prefeito e vereadores da Frente Brasil da Esperança. O encontro foi na noite do dia 23 de julho de 2024.

Bate-papo com moradores da Rua Laura Littig Kuster. Presenças de pré-candidatos a vereadores Henrique Matos, Pr. Zaqueu, Isaura Busato, Alzira, Tânia Trento, e a prefeito/vice, Reginaldo Penha e Carla Mognhol

Os problemas enfrentados pelos moradores da Rua Laura Littig Kuster são iguais ou piores às muitas do bairro Santa Rita, da Comunidade da Rua da Linha, da Vila dos Ipês, da Comunidade Santa Rosa, por exemplo. O poder executivo abandonou, de forma geral, os moradores das periferias, privilegiando abertamente os amigos, os sitiantes, as famílias de posse e poder nesse jovem município de 33 anos.

Calçamento ruim, buracos, esgoto vazando, paralelepípedos soltos, dificuldade para atendimento médico, serviço de taxi caríssimo, pois não tem transporte público, lixo não coletado, sem espaço de lazer para jovens e crianças. O antigo campinho de futebol foi transformado em estacionamento de automóveis.

As ruas de Marechal são apertadas, estreitas, porque a cidade nasceu, cresceu sem planejamento, sem parcelamento do solo que respeitasse os espaços. E continua assim, pois uma jovem moradora relatou que quando as crianças brincam na rua, há reclamações dos vizinhos próximos, mas não tem outras opções.

Se antigamente essa rua tinha uma saída para veículos, hoje só transitam pedestres, ciclistas e motociclistas, pois o deslizamento de uma encosta fechou a passagem. Os moradores esperaram pela desobstrução da prefeitura, mas foram eles mesmos que abriram essa passagem estreita. 

O Esgoto

Há muitos anos, para colher a água do ladrão da caixa d'água da Cesan, construída no alto do morro para abastecer residências da cidade, foi feita uma rede de drenagem com manilhas que protegiam o desmoronamento da encosta. Porém, com ocupação do alto do morro, as casas construídas passaram a usar essa rede manilhada para escoar o esgoto doméstico. 

Sem manutenção por parte da prefeitura e da Cesan, já que um joga a responsabilidade para o outro, a rede tem vazamentos, o que vem causando mal cheiro e o perigo eminente do morro descer sobre as casas da rua. 

Assim, a galeria aberta, que existe na parte plana, deveria somente colher a água da chuva, mas hoje recebe grande quantidade de esgoto fétido, propiciando a proliferação de insetos e animais peçonhentos.  

A rede de esgoto que a prefeitura passou na rua atende a alguns moradores, outros não. E as casas que foram excluídas da rede, despejam o esgoto na galeria de águas pluviais. Mas a taxa é cobrada. Assim como a do IPTU e do lixo. Mas não há coleta. Cada morador tem que pegar sua sacolinha e levar até um ponto que o caminhão possa coletar. E a varrição é feita quinzenalmente. 

Os moradores estão preocupados com a situação no entorno, pois com as mudanças climáticas, não há um planejamento do poder municipal para prevenir os desastres. 

O diagnóstico feito pelos próprios moradores, que enfrentam os desafios diários de viver numa cidade que não se planejou, não consertou as ruas, não construiu as calçadas, redes de drenagem e esgoto, não pensou nas escolas e creches, na regularização fundiária, na construção de moradias, na ampliação do atendimento médico, em melhorar as estradas, em implantar o transporte público para incrementar o comércio e o desenvolvimento local é fundamental para que o próximo gestor desse município saiba que o que vai enfrentar. 

As eleições estão logo ali no dia 6 de outubro de 2024, e somente a população tem o poder de mudar essa realidade.