Pensar Marechal Floriano para o FUTURO começa agora

"Por que?" foi a palavra mais ouvida em encontro na casa da Alzira, nesta quarta-feira, dia 5 de junho, no bairro Santa Rita. Um grupo de pessoas que querem fazer a MUDANÇA em Marechal se reuniu para discutir os problemas e as soluções que a cidade precisa e merece.


Alzira é uma "MarGARIda negra, em uma cidade branca, já aposentada. Ela enfrentou com muita luta problemas de saúde, de falta de renda, até desalento — como a maioria do povo dessa cidade maravilhosa. Ainda luta, mas em sua trajetória conquistou a moradia, criou e educou os(as) filhos(as). Foi através de sua vassoura que viu a cidade crescer nestes quase 30 anos de emancipação. 

Ela e sua família receberam amigos para uma reunião política. É hora de discutir os problemas do nosso município, pois outubro está chegando e vamos começar a receber candidatos à caça de votos. 

O primeiro "porquê" começou quando uma pessoa veio pedir para que um dos presentes à reunião retirasse o carro estacionado na rua em frente a uma igreja pentecostal que fazia um culto. 

Por que o carro deveria ser retirado se não estava em cima da calçada ou em frente à uma garagem, que impedisse o trânsito de pedestres ou de outro veículo? O pastor não queria o carro ali, pois iria atrapalhar a sua pregação. 

Dai os porquês foram se somando. 

Marechal é conhecido como a cidade em que o povo e os ciclistas andam no meio da rua. Os motoristas reclamam das dezenas de lombadas (quebra-molas) que reduzem a velocidade, justamente porque os moradores e ciclistas andam no meio das ruas. Por que? Não tem calçadas e parte das ruas e avenidas - que são estreitas - ainda são ocupadas por muitos veículos estacionados. 

Mas porque as crianças vão de bicicleta para escola e precisam andar no meio da rua, arriscando suas vidas? Porque o transporte escolar tem regras, que dependendo da distância da escola, a criança não tem esse direito. 

Já tentou entrar com uma carreta no final da tarde em Marechal? Essa foi uma outra pergunta. Dá um nó no trânsito, que nem a PM resolve.

Ou seja, a mobilidade urbana de Marechal, seja de pedestres ou de veículos, é um caos. E por que é um caos? Porque quem cuidou da cidade nestes quase 30 anos não PENSOU MARECHAL PARA O FUTURO. 

Essa constatação leva a outros problemas. Por que sair de Vitor Hugo de ônibus para ir à Policlínica custa R$10 e sair do bairro Santa Rita pra ir ao mesmo lugar gasta-se R$ 30, sendo que Vitor Hugo fica a 26km e Santa Rita a 2km do centro de Marechal? 

Por que quando um morador procura a Policlínica com o pé quebrado tem que ir para Campinho? Pois aqui não tem um equipamento de Raio X. A ambulância te leva? Como se chega ao Hospital de Domingos Martins com o pé quebrado? 

O papo segue para o transporte público. Por que a cidade não tem transporte público para levar os estudantes, os cadeirantes, os moradores, as gestantes, os trabalhadores?  Porque quem cuidou da cidade nestes quase 30 anos não PENSOU MARECHAL PARA O FUTURO. 

Conversa vai, conversa vem, chega-se ao porquê da falta de médicos nos postos de saúde, da falta constante de remédios na farmácia do SUS. Por que quem não pode ter um plano de saúde, ou pagar uma consulta, um exame, não tem o atendimento que precisa nos postos e na Policlínica? Será porque o SUS não presta, ou porque quem cuida da cidade não vive esses problemas e, portanto, não vê necessidade em resolvê-los? 

E novamente vem a pergunta: Por que Marechal não tem, sequer, um médico do Programa Mais Médicos do Governo Federal? Por que a farmácia do SUS não tem os remédios que a população precisa? 

E a resposta é: Porque quem cuidou e cuida da cidade nestes quase 30 anos não PENSA MARECHAL para os seus moradores!

E assim o papo chega na Educação, que tem escola abandonada e o transporte escolar é insuficiente; chega no Esgoto tratado da cidade que existe de um lado do rio e do outro, não. Chega na Secretaria de Cultura, que recebe os recursos das leis de incentivo e não promove teatro, dança, música, eventos, feiras.... nada. E devolve o recurso. Chega na Agricultura, que não tem a pavimentação de estradas para escoar a produção. Chega na desvalorização de funcionários públicos, onde o professor não recebe, sequer, o Piso Salarial Nacional do Magistério. Chega no Meio Ambiente, que não recebe a fiscalização necessária, onde cada um faz o que quer. Chega na Drenagem que não é feita prevenindo as fortes chuvas, que vão piorar com a crise climática. Chega na Moradia, na construção de casas do programa Minha Casa Minha Vida, pois o aluguel em Marechal é caríssimo.

E a conclusão é que Marechal precisa de MUDANÇA. Precisa de pessoas que PENSEM, QUE PLANEJEM MARECHAL PARA O FUTURO. Com desenvolvimento, educação, cultura, saúde, moradia digna, trabalho, renda, respeito, podendo competir com as cidades vizinhas no Turismo, na Agroecologia e se tornar referência para os capixabas.

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